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Produtividade depende cada vez mais do bem-estar animal na pecuária

Posicionamento, olhar e atitude assertiva fazem parte do manejo que tem como base o bem-estar animal e gera mudanças significativas na gestão rural

FERNANDO HESSEL - Palmas, TO

05/10/2022

| Atualizado em

05/10/2022

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Produtividade depende cada vez mais do bem-estar animal na pecuária

 

PALMAS, TO - Os seis pilares da pecuária que norteiam o trabalho da Biogénesis Bagó - reprodução/genética, nutrição, diagnóstico/sanidade, sustentabilidade, gestão e bem-estar animal – ganham cada vez mais importância no setor produtivo de proteína animal.

Isso porque cada um deles é uma base para obtenção de qualificação no trabalho e garantia de lucratividade. Em relação ao bem-estar animal, a prática conhecida como manejo “Nada nas Mãos” ganha mais espaço e abre o olhar sobre uma nova maneira de lidar com o gado.

Os fundamentos da técnica foram lançados pelo cowboy norte-americano Bud Williams, falecido em 2012, e pelo veterinário Tom Noffsinger, que lhe deu base científica. O manejo “Nada nas Mãos” é uma técnica que resgata a relação de confiança entre humanos e bovinos, utilizando os instintos naturais do gado a favor do manejador. O objetivo é que os animais se sintam à vontade com a presença dos humanos. Sem nenhum material nas mãos, o posicionamento correto em relação aos animais é o ponto de partida para a utilização da movimentação do corpo, acompanhada pelo olhar e atitude para transmitir confiança e designar comandos.

A Biogénesis Bagó está implementando a técnica no campo através de sua equipe com o suporte do consultor Adauto Franco Filho, sócio-proprietário da Precisa Consultoria. Ele explica que a prática propicia um melhor entendimento sobre o comportamento dos animais. “Ela favorece melhorias na reprodução, na produção, no bem-estar e até mesmo no trabalho do manejador. O impacto no negócio é claro, principalmente com a melhoria da imunidade do plantel”, afirma.

Em poucas palavras, ele consegue quebrar alguns paradigmas no campo. “Estávamos acostumados a ‘tocar o gado’, mas com a técnica correta somente guiamos o animal, identificamos para ele o caminho certo a seguir e, com a confiança estabelecida e uma linguagem corporal precisa, não é necessário nenhum tipo de equipamento, como paus ou bandeiras para manejá-lo”, explica.

Segundo Filho, os bovinos são naturalmente mansos e calmos. “Entretanto, precisamos lembrar que são animais que sentem medo diante de uma pressão exacerbada, mas que também sentem contentamento quando estão seguros”, descreve.

Ele ressalta que os bovinos, quando calmos e tranquilos, desempenham melhor e produzem mais. “O manejo baseado em bem-estar melhora a qualidade do serviço na fazenda, pois indica não somente ‘o que’ é preciso ser feito, mas ‘como’. Esta é a questão a ser analisada e que faz toda a diferença na gestão no campo”, aponta.

 

Dicas sobre o manejo “Nada nas Mãos”

Adauto Franco Filho compartilha algumas dicas que foram passadas para a equipe da Biogénesis Bagó, que está se tornando multiplicadora na técnica no campo. “Fique sempre no campo de visão dos bovinos e mantenha o contato visual com o animal. Trabalhe com pressão e alívio e lembre-se: movimento leva a movimento”.

De acordo com o Gerente Nacional de Demanda da Biogénesis Bagó Bruno Di Rienzo, o Manejo “Nada nas Mãos” promove uma empatia com o animal. “A técnica minimiza o estresse, pois o animal entende que não somos ameaça. Isso melhora a imunidade e ‘fecha as portas’ para infecções. Um animal estressado deixa de comer, perde peso e diminui a taxa de prenhez. A prática de bem-estar é uma base dos pilares do programa Boi Azul, que está sendo implementado no Brasil pela Biogénesis Bagó com base nos seis pilares da pecuária moderna: reprodução/genética, nutrição, diagnóstico/sanidade, sustentabilidade, gestão e bem-estar animal”, salienta.

Ele afirma ainda que o conceito “Nada nas Mãos” é baseado nos instintos naturais dos bovinos. “Ele reforça a necessidade do manejador se comunicar com o gado e os resultados já mostram que este manejo, feito com eficiência, reduz custos sanitários e melhora a rotina no curral”, explica Di Rienzo.